O estudo do gênero fábula:
Objetivos:- Identificar as características próprias do gênero.
- Despertar a curiosidade sobre as condições sócio-históricas e composicionais propondo atividades que proporcionem a formulação de noções sobre o gênero em questão.
- Proporcionar o desenvolvimento da percepção das intenções do autor considerando o que está explícita ou implicitamente perpassada por tal argumentatividade.
Sequência didática:
- Leitura de várias fábulas de autores variados (livros de uma coleção de fábulas).
- Análise pessoal sobre a moral da história.
- Ilustrar, representando a moral da história.
- Apontar oralmente características comuns a todos os textos lidos (fazer perguntas que chamem a atenção para os aspectos como brevidade da história, presença de personagens animais que agem como seres humanos, ausência de indicações precisas de tempo e espaço, explicação da moral).
Saiba um pouco mais:
Origem das fábulas
Fábulas são histórias curtas que relatam situações do cotidiano freqüentemente através de animais com características humanas e transmitem, em linguagem simples, mensagens com conselhos, apresentando sempre no final uma “moral da história”.
Inicialmente as fábulas eram produzidas para adultos com o objetivo de aconselhá-los e distraí-los. Era também utilizada para alertar sobre algo que pode acontecer na vida real, para transmitir um ensinamento, para fazer para fazer uma crítica, uma ironia, etc.
As fábulas são contadas há aproximadamente 2800 anos e como são de tradição oral, ou seja, passadas de boca em boca, não se sabe quem as criou.
Apesar de tão antigas, seus temas são atuais, pois a maioria delas retrata atitudes humanas como: a disputa entre fortes e fracos, a esperteza de alguns, a gratidão, a bondade, o não ser tolo, etc. Os animais, na maioria das vezes, satirizam o comportamento humano mostrando seus defeitos.
Esopo, escravo grego, é considerado o escritor mais antigo, viveu no século VI a.C. Na época de Esopo, os povos se dividiam em forte e fracos, um povo queria dominar o outro e quando guerreavam os que perdiam eram transformados em escravos ou eram obrigados a pagar impostos ao vencedor. Os escravos, naquele tempo, eram prisioneiros de guerra. Qualquer pessoa do povo vencido podia perder sua liberdade e ser vendida como mercadoria.
Dizem que era gago, corcunda e muito miúdo. Era muito inteligente, sábio e esperto.
Utilizava suas fábulas para dar conselhos e de tanto livrar seus senhores de embaraços com sua sabedoria, Esopo conquistou a liberdade. Viajou por outras terras e ganhou grande prestígio com os reis. Em todas as cidades pelas quais passava, era muito considerado, recebendo sempre várias homenagens.
De bem com a vida
Filó, a joaninha, acordou cedo.- Que lindo dia! Vou aproveitar para visitar minha tia.
- Alô, tia Matilde. Posso ir aí hoje?
- Venha, Filó. Vou fazer um almoço bem gostoso.
Filó colocou seu vestido amarelo de bolinhas pretas, passou batom cor-de-rosa, calçou os sapatinhos de verniz, pegou o guarda-chuva preto e saiu pela floresta: plecht, plecht...
Andou, andou... e logo encontrou Loreta, a borboleta.
- Que lindo dia!
- E pra que esse guarda-chuva preto, Filó?
- É mesmo! - pensou a joaninha. E foi para casa deixar o guarda-chuva.
De volta à floresta:
- Sapatinhos de verniz? Que exagero! - Disse o sapo Tatá. Hoje nem tem festa na floresta.
- É mesmo! - pensou a joaninha. E foi para casa trocar os sapatinhos.
De volta à floresta:
- Batom cor-de-rosa? Que esquisito! - disse Téo, o grilo falante.
- É mesmo! - disse a joaninha. E foi para casa tirar o batom.
- Vestido amarelo com bolinhas pretas? Que feio! Por que não usa o vermelho? - disse a aranha Filomena.
- É mesmo! - pensou Filó. E foi para casa trocar de vestido.
Cansada da tanto ir e voltar, Filó resmungava pelo caminho. O sol estava tão quente que a joaninha resolveu desistir do passeio.
Chegando em casa, ligou para tia Matilde.
- Titia, vou deixar a visita para outro dia.
- O que aconteceu, Filó? - Ah! Tia Matilde! Acordei cedo, me arrumei bem bonita e saí andando pela floresta. Mas no caminho...
- Lembre-se, Filozinha... gosto de você do jeitinho que você é. Venha amanhã, estarei te esperando com um almoço bem gostoso.
No dia seguinte, Filó acordou de bem com a vida. Colocou seu vestido amarelo de bolinhas pretas, amarrou a fita na cabeça, passou batom cor-de-rosa, calçou seus sapatinhos de verniz, pegou o guarda-chuva preto, saiu andando apressadinha pela floresta, plecht, plecht, plecht... e só parou para descansar no colo gostoso da tia Matilde.
Nye Ribeiro, autora desta fábula, é educadora e jornalista e já escreveu mais de 30 livros.
Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/creche-pre-escola/bem-vida-634355.shtmlDepois de ler a fábula com atenção, pense na mensagem que ela trouxe para você. Sobre o que você refletiu? Converse com a turma sobre isso.
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O leão apaixonado
Certa vez um leão se apaixonou pela filha
de um lenhador e foi pedir a mão dela em casamento. O lenhador não ficou
muito animado com a ideia de ver a filha com um marido perigoso daqueles e
disse ao leão que era muita honra, mas muito obrigado, não queria.
O leão se
irritou; sentindo o perigo, o homem foi esperto e fingiu que concordava:
- É uma honra, meu senhor. Mas que dentões
o senhor tem! Que garras compridas! Qualquer moça ia ficar com
medo. Se o senhor quer casar com minha filha, vai ter que arrancar os
dentes e cortar as garras.
O leão apaixonado foi correndo fazer o que
o outro tinha mandado; depois voltou à casa do pai da moça e repetiu seu
pedido de casamento. Mas o lenhador, que já não sentia medo daquele
leão manso e desarmado, pegou um pau e tocou o leão para fora de sua
casa.
Moral: Quem perde a cabeça por amor sempre
acaba mal.
Esopo
Questões sobre o texto
01.Antes de ler a fábula, o que o título
“O leão apaixonado" sugere?
02.Qual a situação conflito apresentada
pelo autor?
03.Quando contamos oralmente para alguém
um fato que aconteceu
utilizamos, geralmente, o discurso
indireto. Só usamos o discurso direto
quando queremos enfatizar a fala da
personagem. Qual é o estilo usado por
Esopo na fábula lida? De quem é a voz
apresentada no discurso direto?
04.Na fábula, as expressões que indicam
tempo e lugar são vagas e
imprecisas para que o ensinamento sirva
para qualquer época. Quais as
expressões que indicam tempo e lugar no
texto?
05.Que tipo de relação existe na frase
abaixo, na palavra grifada:
“... disse ao leão que era muita honra, mas
muito obrigado, não queria.”
( ) adição de ideias ( ) contradição
06.
Qual é o sentido das palavras em destaque:
“ Se
o senhor quer casar com minha filha, vai ter que arrancar os dentes e
cortar
as garras.”
07.
O que o aumentativo “dentões” sugere?
08.
“Leão manso e desarmado” – são características próprias do leão? Por
que
ele estava assim?
09.
O que aconteceria se o leão não concordasse com as condições
impostas
pelo pai da moça? Por que ele concordou sem questionar?
10.
Que sentido tem o verbo “correndo” em “foi correndo fazer o que o outro
tinha
mandado...”
Fonte:
Adaptado de http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/610-4.pdf
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ESOPO E LA FONTAINE- COMPARAÇÃO
ESOPO
E LA FONTAINE- COMPARAÇÃO
La Fontaine popularizou o gênero fábula no
ocidente. Preferia escrever em versos por considerar a poesia uma forma mais
atrativa. Apresentava sua obra na corte, transmitindo ensinamentos ou
criticando comportamentos.
Inspirou-se
na obra de Esopo e muitas vezes reescreveu as histórias de seu grande mestre.
Sugestão de produção
de texto -
Na época de Esopo (séc. VI a.C) as fábulas
eram transmitidas oralmente. Somente com La Fontaine é que foram escritas e
perpetuadas.
Todas
as fábulas foram (e ainda são) usadas para transmitir ensinamentos e valores
morais, criticando com sutileza e perspicácia, comportamentos humanos
inaceitáveis.
As histórias vêm circulando por muitos lugares
em diferentes partes do mundo e conquistando leitores de todas as idades.
Que tal escrever uma fábula baseada em todos
os conhecimentos adquiridos sobre este gênero textual e depois formar um livro
com as fábulas criadas por toda a turma? Assim, outras pessoas poderão conhecer
as suas histórias.
Sugestão da ficha de auto-avaliação:
1.Escrevi uma fábula com suas características?
2.A história contém título, situação inicial, complicação e situação
final?
3. As idéias estão bem organizadas nos parágrafos?
4.Usei adequadamente o discurso direto e indireto?
5.A moral está adequada à história?
6.As palavras foram escritas de maneira correta?
7.E o sentido das palavras usadas? Está adequado com o objetivo
da história?
8.Depois de fazer a auto-avaliação e passar o texto a limpo, faça uma ilustração de sua fábula .
Fonte: Adaptado de http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/610-4.pdf
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